
Delacruz ao vivo: Globoplay e Multishow exibem turnê 'Vinho' em noite romântica de São Paulo
Amor com hora marcada: Globoplay e Multishow levam 'Vinho' ao vivo para todo o Brasil
Romance na TV e no streaming, do jeitinho que o público gosta. Multishow e Globoplay transmitiram o show "Delacruz – Vinho Ao Vivo" no sábado, 9 de agosto, a partir das 22h20, direto do Espaço Unimed, na Barra Funda, em São Paulo. Foram 1 hora e 52 minutos de um set pensado para quem acompanha a fase mais íntima do cantor carioca, agora centrado no recém-lançado álbum "Vinho".
No palco, o repertório costurou o presente e o passado da carreira. Entraram as faixas novas do projeto, como "Afrodite" — parceria com IZA — e hits que o público sabe de cor: "Cigana", "Vício de Amor" e "Sunshine". A transmissão ao vivo levou a energia da casa cheia para quem estava no sofá, mantendo o clima romântico que virou assinatura do artista.
O que faz o público grudar? A combinação de R&B, rap e poesia que ele trabalha com leveza, sem perder o balanço. As letras falam de relacionamento de um jeito direto, quase confessional, e o timbre aveludado entrega o recado sem exagero. É aquele show para ouvir com calma, mas que também tem batida para mexer o corpo.
Para quem conheceu o cantor na cena de projetos colaborativos, a memória é fresca: a participação marcante no "Poesia Acústica 2" com a faixa "Sobre Nós" abriu caminho para a fama nacional. De lá para cá, a sonoridade ganhou camadas, e "Vinho" representa essa virada — menos urgência, mais maturidade; menos pose, mais história vivida. No palco, essa evolução aparece em arranjos mais quentes e na dinâmica entre as músicas, que alternam momentos de confissão com explosões de coro.
O Espaço Unimed, endereço tradicional de grandes shows na capital paulista, foi a base dessa estreia de turnê. Ao vivo, a leitura é simples: projeto novo, plateia curiosa, artista seguro do que quer mostrar. A transmissão em duas telas (TV por assinatura e plataforma digital) amplia o alcance e mostra a estratégia da Globo para fixar noites de música ao vivo como hábito — algo que conversa com quem prefere ver do celular, do notebook ou da TV, sem perder o sentimento de evento.
"Afrodite" foi um dos pontos de atenção da noite por reunir duas potências do pop e do R&B brasileiro. Mesmo quando a parceria aparece sem presença física no palco, o impacto está no arranjo e na forma como as vozes se encontram no refrão. Já as antigas, como "Cigana" e "Vício de Amor", viram um coral coletivo. É o tipo de passagem que equaliza o show: quem chegou pelo álbum novo fica; quem veio pelos hits descobre a fase atual.
Para o público que acompanhou de casa, a sensação foi de proximidade. A proposta do "Vinho Ao Vivo" é justamente essa: transformar experiências íntimas em versos e entregá-las num formato que preserve a delicadeza. A mistura de luz baixa, andamento cadenciado e letras diretas cria um ambiente que funciona no palco e também no streaming, onde cada pausa e cada respiro contam.
Vale lembrar que o caminho de Delacruz não nasceu nos grandes palcos. A trajetória vem da rua, de colaborações, da internet, de sessões ao vivo que circulam rápido e arrebanham fãs. A cada ciclo, o artista ganha terreno fora da bolha do rap e encosta na MPB, no soul, no pop romântico — sem soltar a mão do que o fez conhecido: a rima que conversa, não grita.
Para Multishow e Globoplay, a noite também foi vitrine. Em tempos em que o público reparte a atenção entre redes e plataformas, oferecer um show completo, com som limpo e imagem caprichada, cria uma janela de experiência que segura a audiência. É música ao vivo com cara de especial, com o bônus da interação em tempo real entre fãs que comentam, reagem e compartilham trechos nas redes.

O que ficou da noite: repertório, clima e a fase do álbum 'Vinho'
No fim, o que define a apresentação é a coesão. O set passa por baladas, raps melódicos e grooves R&B sem perder a linha narrativa. A curadoria valoriza letras sobre encontros, despedidas e recomeços, tema que guia o álbum "Vinho" e se reflete no palco. Quem entrou querendo um show romântico saiu com isso e um pouco mais: a percepção de um artista que lapidou a própria linguagem.
Momentos que chamaram atenção ao longo da transmissão:
- A abertura ancorada nas faixas do "Vinho", apresentando a estética da turnê com segurança.
- "Afrodite" como ponto alto, destacando a parceria com IZA e a força do refrão.
- Os clássicos "Cigana", "Vício de Amor" e "Sunshine" como esteio emocional do show.
- Transição eficiente entre canções lentas e batidas mais quentes, mantendo o público junto até o final.
Para quem acompanha música brasileira, é interessante observar como projetos assim reposicionam artistas no mapa. Um álbum que trabalha romance com linguagem atual, um show que traduz isso sem excessos e uma transmissão que leva ao país inteiro criam um ciclo virtuoso: canções que viralizam, turnê que ganha fôlego, público que cresce. E, claro, uma trilha sonora que faz sentido tanto na caixa de som do quarto quanto num palco lotado.