Na recente final da Copa do Brasil, realizada no dia 10 de novembro de 2024, uma tragédia atingiu o mundo do futebol e do jornalismo esportivo. O fotógrafo Nuremberg José Maria, de 67 anos, enfrentou uma situação traumática durante sua cobertura do evento, ao ser atingido por uma bomba. A explosão, resultado de um ato inconsequente de alguns torcedores do Atlético-MG, não apenas destruiu um de seus sapatos, mas também causou ferimentos graves, incluindo fraturas em três dedos e ruptura de tendões, além de um corte profundo em seu pé direito.
Após o incidente, Nuremberg foi rapidamente atendido pela equipe médica presente no estádio Arena MRV, em Belo Horizonte, recebendo os primeiros socorros antes de ser transportado às pressas para o Hospital João XXIII. No entanto, ele se viu obrigado a passar a noite em um corredor do hospital, situação que reflete um dos problemas recorrentes enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. Apenas no dia seguinte é que ele foi transferido para o Hospital Maria Amélia Lins, onde permanece sob observação médica. A situação de saúde de Nuremberg é delicada, e ele poderá necessitar de cirurgia em seu pé, dependendo da evolução de seu quadro nas próximas 72 horas.
Cristiane Xavier dos Santos, esposa do fotógrafo, expressou sua preocupação com o estado de saúde do marido e as incertezas quanto à necessidade de uma intervenção cirúrgica. Nuremberg encontra-se com o pé completamente imobilizado e sob uma forte medicação para conter a dor e a inflamação. Além dos danos físicos evidentes, o fotógrafo também enfrentou perdas materiais, com seus óculos se perdendo no caos e seu caro equipamento fotográfico, essencial para seu trabalho, caindo no chão durante a explosão. Embora seus colegas de profissão tenham conseguido recuperar o equipamento, a integridade dos aparelhos ainda precisa ser verificada, já que uma queda pode ser suficiente para danificá-los.
O Atlético-MG se pronunciou lamentando o ocorrido e expressou sua disposição em prestar ajuda ao fotógrafo, um gesto importante mas que levanta questões sobre a efetividade da segurança durante eventos esportivos de grande porte. A Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de Minas Gerais (ARFOC-MG), por sua vez, mostrou-se enfática em seus protestos, repudiando veementemente o ataque e exigindo uma revisão nas medidas de segurança adotadas no estádio.
Segundo o relato do árbitro que comandou a partida, houve pelo menos quatro incidentes de bombas sendo arremessadas em direção ao campo, além de copos lançados de forma indiscriminada por parte da torcida local em vários momentos do jogo. Tais atos de vandalismo não apenas colocam em risco a segurança dos profissionais que trabalham na cobertura dos jogos, mas também dos próprios torcedores, atletas e demais presentes no local.
A ARFOC-MG pediu, formalmente, que medidas mais rigorosas sejam implementadas para garantir a proteção não só dos repórteres e seus equipamentos, mas de todos os envolvidos na organização e cobertura de eventos esportivos. Assim, o caso de Nuremberg José Maria ganha contornos muito mais amplos, servindo como um lembrete do impacto que a violência nas arquibancadas pode ter na vida de pessoas inocentes, além de alertar para a necessidade urgente de maiores investimentos em segurança nos estádios, visando a proteção de todos os frequentadores.
Essa triste ocorrência ainda ecoa na memória recente do futebol brasileiro, com desdobramentos que vão além das questões de saúde de uma pessoa. A reflexão necessária se estende ao comportamento dos torcedores e à responsabilidade das organizações na criação de um ambiente seguro e acolhedor para todos. É um chamado para que o esporte nacional diminua suas tragédias e reviva o respeito e paixão que o torna um patrimônio cultural valioso nesta nação.
carlos soares
Isso aqui é um alerta vermelho, gente. Um fotógrafo de 67 anos, dedicado à profissão há décadas, sendo atingido por uma bomba nas arquibancadas? Isso não é torcida, é caos organizado. E ele passou a noite num corredor de hospital? O SUS tá precisando de mais do que boas intenções - precisa de investimento real, de gestão, de humanidade. Nuremberg tá lá, doendo, com o pé imobilizado, e o que a gente tá fazendo? Compartilhando memes de gol. É triste. É vergonhoso. E precisa mudar. Agora.
Lucas Augusto
É interessante observar como a sociedade brasileira, em sua estrutura profundamente hierárquica e desigual, naturaliza a violência como parte da experiência esportiva. O fotógrafo, enquanto figura subalterna na cadeia de valor do futebol, torna-se, por acaso, um símbolo da fragilidade do sujeito diante da barbárie institucionalizada. A ARFOC-MG, embora legítima em suas demandas, opera dentro de um sistema que não reconhece o valor intrínseco do jornalismo independente. A solução, portanto, não está na segurança do estádio, mas na desconstrução da lógica que transforma torcedores em agentes de anarquia.
Michele De Jesus
EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO! QUEM LANÇA BOMBA NUM JOGO É UM COVARDE, NÃO UM TORCEDOR! Eles querem emoção? Vão jogar futebol na rua! Não ataquem quem tá lá pra contar a história! Esse homem tá lutando pra voltar a enxergar o mundo, e a gente tá discutindo se o Atlético merece ou não uma punição? Vamos fazer algo, gente! Assina, compartilha, exige! Ele não tá sozinho!
Tainara Black
Se o Atlético-MG fosse um time de futebol de verdade, já teria sido rebaixado por comportamento de torcida. Mas não, a gente ainda finge que isso é normal. Que triste. Que ridículo. Que vergonha.
jean wilker
Li tudo e fiquei com o peito apertado. Imagina ser um fotógrafo, passar anos correndo atrás de momentos únicos, e no seu trabalho mais importante, ser atingido por uma bomba? Isso não é acidente, é negligência. E o pior: ninguém tá falando da esposa dele, que tá segurando tudo sozinha. Ela merece apoio, não só palavras. Se alguém tiver contato com a família, me mande um DM. Quero ajudar a levantar um fundo pra ele. Ele merece um futuro sem dor.
Eliane Lima
Isso me lembra o caso do fotógrafo em São Paulo em 2019, também atingido por um artefato. O que mudou desde então? Nada. As mesmas falhas, os mesmos estádios sem vigilância efetiva, os mesmos torcedores que acham que violência é paixão. O que precisamos é de educação desde cedo - nas escolas, nos clubes, nos programas de TV. A paixão pelo futebol não precisa de bombas. Ela precisa de respeito. E isso começa com a gente.
adriana serena de araujo
Se vocês acham que isso é só um problema do Atlético-MG, estão enganados. Isso é um problema do Brasil. De todos nós. Porque enquanto a gente aceita que um idoso seja ferido por torcedores que nem sabem o nome dele, a gente está dizendo que vidas de jornalistas não importam. Que profissionais que registram a história não merecem proteção. E isso é racismo, é classismo, é violência estrutural. A ARFOC-MG tem razão. Mas a gente tem que ir além: exigir que cada estádio tenha um protocolo de proteção a profissionais da imprensa, como se fosse um direito humano. Não é pedir demais. É pedir o mínimo.
Plinio Plis
Eu trabalho com fotografia esportiva há 25 anos. Nunca levei uma bomba, mas já vi colegas correrem de copos, pedras, até latas. Nunca vi ninguém ser punido. Nunca. Nuremberg é um herói silencioso. E a gente precisa fazer algo, agora. Não só com palavras. Com ação.