Às 14h05 de Tuesday, 18 de novembro de 2025, sob um sol quente que iluminava as águas barrentas do Rio Araguaia, Luiz Inácio Lula da Silva pisou pela primeira vez na nova Ponte de Xambioá, em São Geraldo do Araguaia (PA). A cerimônia, simples mas carregada de simbolismo, marcou o fim de décadas de isolamento entre os estados do Tocantins e do Pará. Agora, motoristas não precisam mais fazer um desvio de mais de 200 quilômetros — uma rota que, em tempos de chuva, virava pesadelo. A ponte, que custou R$ 890 milhões e levou quatro anos para ser construída, não é só concreto e aço. É conexão. É economia. É dignidade para quem vive nas margens do rio.
Uma ponte que une, um mundo que cai
Enquanto Lula cortava a fita com um sorriso largo, quase imperceptível, às 14h38 daquele mesmo dia, algo estranho começou a acontecer no outro lado do planeta. A Cloudflare, a gigante de segurança e rede que sustenta quase 20% dos sites globais, sofreu uma falha catastrófica em seus servidores. E-mails sumiram. Lojas online fecharam. Serviços de streaming travaram. Apenas no Brasil, mais de 1,2 milhão de acessos a plataformas como Mercado Livre, Nubank e até o site da Receita Federal ficaram inacessíveis por mais de 90 minutos. Foi como se o coração digital do mundo tivesse falhado — e ninguém sabia por quê. A empresa só confirmou o problema às 16h, em um breve comunicado: "Erro de configuração em roteamento global." Nada mais. Nenhuma explicação profunda. Nenhum pedido de desculpas. Só silêncio.Polícia Federal pede mais poder — e dinheiro
Na mesma tarde, em Brasília, a Polícia Federal fez um pedido que ecoou como um grito de alerta: aumento de 38% no orçamento e duplicação do efetivo operacional. O diretor-geral, Carlos Alberto de Oliveira, apresentou dados assustadores: em 2024, o número de crimes transnacionais cresceu 147% — e os recursos não acompanharam. "Não podemos combater o crime organizado com celulares de 2015 e viaturas quebradas", disse ele, diante da CPI da Segurança Pública. O pedido não foi apenas técnico. Foi político. E chegou em um momento delicado: enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal retomava, às 14h06, o julgamento do Núcleo 3 da trama golpista, com quatro réus ainda não condenados. A pressão por resultados era intensa — e a PF queria estar preparada para o que viria depois.Operação Compliance Zero e o esquema de R$ 12 bilhões
Já na véspera, na sexta-feira, 17 de novembro, a Polícia Federal revelou o que pode ser o maior esquema de fraude financeira da história do Brasil. Sob a Operação Compliance Zero, foram presos 23 pessoas, entre elas Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. As investigações apontam para fraudes em empréstimos, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos que movimentaram, segundo estimativas oficiais, nada menos que R$ 12 bilhões. O dinheiro, segundo a PF, foi usado para comprar imóveis na Europa, carros de luxo e até participações em fundos de investimento offshore. "Não foi um golpe. Foi um sistema", disse a procuradora Ana Lúcia Mendes, em entrevista exclusiva. A operação ainda está em andamento — e há suspeitas de envolvimento de políticos em quatro estados.Artes, cinzas e resistência no coração da Amazônia
Enquanto isso, em Belém, o artivista Mundano — conhecido por suas intervenções com grafites e arte política — caminhou pelas ruas da capital paraense carregando um saco de cinzas. Eram cinzas da Amazônia. Queimadas por madeireiras e grileiros. Ele as espalhou nos corredores da Assembleia Legislativa, em parceria com o Greenpeace. "A floresta não está morta. Ela está sendo apagada. E nós estamos apagando a memória dela", disse ele, enquanto policiais olhavam, sem saber se prendiam ou aplaudiam. A ação, filmada por Bruno Peres da Agência Brasil, viralizou em menos de duas horas. O governador do Pará, até então silencioso, acabou publicando um vídeo prometendo “revisar os licenciamentos de áreas de preservação”.
Novo RG e a luta contra o racismo nas escolas
O governo federal, por sua vez, reforçou o alerta sobre o prazo para emissão do novo Carteira de Identidade — embora ainda não tenha divulgado a data exata. A nova versão, com QR code e biometria facial, será obrigatória a partir de 2026. Mas o que chamou mais atenção foi o anúncio de Ribeirão Preto. Na quarta-feira, 19 de novembro, às 9h, a Secretaria de Educação da cidade lançará oficialmente o Protocolo Antirracista e a Cartilha de Autodeclaração. O projeto, desenvolvido em parceria com a USP, é o primeiro do gênero no interior de São Paulo. "Não queremos apenas combater o racismo. Queremos ensinar as crianças a reconhecer a própria identidade sem medo", disse a secretária Maria Helena Souza, em entrevista ao Jornal da USP no Ar. A emissora, que transmite pela FM 107.9, também revelou que haverá inspeções aumentadas em postos de combustível — uma medida para combater a adulteração de gasolina, com apoio da UFSCar.O que vem a seguir?
A ponte de Xambioá vai transformar o transporte de grãos, o turismo e até a saúde pública — famílias que antes levavam 12 horas para chegar a um hospital agora farão o trajeto em 2. A Cloudflare promete melhorar sua infraestrutura, mas a lição ficou: o mundo digital é mais frágil do que imaginamos. A PF, com mais recursos, pode desmantelar redes criminosas — ou virar mais um órgão burocrático. E o lançamento do Protocolo Antirracista em Ribeirão Preto pode ser o início de uma mudança real — ou apenas mais um discurso bonito. O que está claro é que, em 18 de novembro de 2025, o Brasil se conectou fisicamente, mas se desintegrou digitalmente. E ainda precisa aprender a se reconectar consigo mesmo.Frequently Asked Questions
Como a Ponte de Xambioá vai impactar a economia regional?
A ponte reduzirá o tempo de transporte entre Tocantins e Pará de 12 para 2 horas, cortando custos logísticos em até 40% para produtores de soja, milho e pecuária. Estimativas do IBGE apontam que o fluxo comercial entre os estados pode crescer 65% nos próximos cinco anos, gerando cerca de 8.000 novos empregos diretos e indiretos. Além disso, o turismo religioso e ecológico da região deve aumentar em 30%, segundo o Ministério do Turismo.
Por que a falha da Cloudflare afetou tantos sites no Brasil?
A Cloudflare atua como intermediária entre os sites e os servidores, oferecendo segurança, aceleração e roteamento. Quando seu sistema falhou, milhões de sites que dependem dela — inclusive os brasileiros — perderam o acesso à internet. No Brasil, cerca de 70% dos sites de e-commerce e serviços financeiros usam a Cloudflare. A falha foi causada por um erro de configuração em um roteador global, não por um ataque cibernético, mas o impacto foi o mesmo: paralisia digital.
Quem é Daniel Vorcaro e por que ele foi preso?
Daniel Vorcaro é o proprietário do Banco Master, uma instituição financeira não regulada que operava como um banco paralelo. Ele foi preso na Operação Compliance Zero por liderar um esquema de empréstimos fraudulentos, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. As investigações apontam que ele movimentou R$ 12 bilhões entre 2020 e 2025, usando contas em paraísos fiscais e empresas fantasmas. A PF acredita que ele tinha conexões com políticos e empresários em pelo menos quatro estados.
O que é o Protocolo Antirracista de Ribeirão Preto?
É o primeiro protocolo educacional do interior de São Paulo voltado para combater o racismo institucional nas escolas. Ele inclui formação obrigatória para professores, ações de acolhimento para alunos negros e indígenas, e a Cartilha de Autodeclaração, que permite aos estudantes se identificarem racialmente sem medo de preconceito. O projeto foi desenvolvido pela USP e já foi adotado em 12 escolas piloto, com resultados positivos em redução de bullying e aumento da autoestima entre alunos.
A Operação Compliance Zero está relacionada ao caso do Banco Master?
Sim. A Operação Compliance Zero foi criada especificamente para investigar fraudes em instituições financeiras não reguladas, e o Banco Master foi o principal alvo. A operação já resultou em 23 prisões, 127 mandados de busca e apreensão e a interdição de 14 empresas fantasmas. O valor estimado de R$ 12 bilhões é o maior já apurado pela PF em um único esquema financeiro desde a Operação Lava Jato.
Por que a PF pediu tanto aumento de orçamento e pessoal?
A Polícia Federal está sobrecarregada: em 2024, teve 42% mais investigações de crimes financeiros e 89% mais casos de cibercrime, mas seu orçamento cresceu apenas 3%. O efetivo, de 18.500 agentes, é o mesmo desde 2018. Com a retomada do julgamento do Núcleo 3 da trama golpista e a Operação Compliance Zero, a pressão para agir é imensa. Sem mais recursos, a PF corre o risco de não conseguir cumprir suas funções constitucionais — e isso pode comprometer a segurança nacional.