A mudança de César Tralli, 49, de São Paulo para o Rio de Janeiro não foi apenas um deslocamento profissional — foi um golpe no coração da família. Na noite de domingo, 26 de outubro de 2025, Ticiane Pinheiro, 47, apresentadora da Record TV e esposa de Tralli, postou fotos de um jantar caseiro em sua casa na capital paulista, com uma mensagem que descreveu melhor do que qualquer entrevista o que estava em jogo: "Domingo em família com um gostinho todo carioca. Meu amor está de mudança para o Rio de Janeiro para encarar um dos maiores desafios da sua carreira e estamos muito orgulhosos! Boa sorte, meu amor Cesar Tralli. TE AMAMOS MUITO". O momento, aparentemente simples, marcava o início de uma transição que vai reescrever a história do Rede Globo — e da vida de uma família.
A passagem do bastão: um ritual nacional
Na sexta-feira, 31 de outubro de 2025, o batom passing ceremony do Jornal Nacional no estúdio da Rede Globo no Rio de Janeiro foi mais que um evento de mídia. Foi um rito. William Bonner, 61, que ancorou o jornal por 29 anos consecutivos desde 1996, entregou simbolicamente o microfone a César Tralli, que assumirá a bancada ao lado de Renata Vasconcellos, 48, a partir da edição de segunda, 3 de novembro de 2025. Ticiane esteve lá, junto com as duas filhas: Rafaella Justus, 16, fruto de seu casamento anterior com Roberto Justus, e Manuella Tralli, 6, filha com César. A câmera captou o olhar de Rafaella, sério, quase reverente, ao dizer: "Muito! Orgulho!". Manuella, ainda criança, só gritou: "Estou!" — e pulou no colo do pai."A gente está saindo do hotel para ir lá no JN ver a passagem de bastão de William Bonner para Cesar Tralli. Vai ser show!" — disse Ticiane, gravando em vídeo do corredor do hotel em que se hospedaram. A emoção não era apenas profissional. Era pessoal. Porque, desde que o anúncio foi feito, em setembro, a família inteira sentiu o peso dessa mudança.
"O coração fica apertado"
Na entrevista publicada pela Quem em 29 de outubro, Ticiane não escondeu a dor da separação temporária. "Ele está indo para o Rio morar esta semana, e o coração fica apertado. Ele vem todos os finais de semana", contou, com a voz embargada. "Neste, a gente vai com ele pro Rio, pra acompanhar a passagem de bastão, mas o coração está apertado. A gente está acostumado a tomar café, a jantar sempre com ele, e agora vai ser só aos finais de semana."Ela não se esqueceu de destacar o valor do cargo: "É uma alegria muito grande. [Apresentar o JN] É um must do jornalismo, mas é uma mudança muito grande." A frase ecoa entre jornalistas: o Jornal Nacional não é só um programa. É um símbolo. Com cerca de 35 milhões de telespectadores diários, é o mais assistido e respeitado da TV brasileira. William Bonner virou lenda. Agora, César Tralli, que trabalhou na Globo por anos como repórter e apresentador de programas regionais, precisa preencher um vazio que ninguém mais pode.
As filhas, os laços e as escolhas
Rafaella, que estuda no último ano do ensino médio em São Paulo, não vai mudar ainda. "Hoje eu não vou, porque tenho todo mundo aqui: meus amigos, grande parte da minha família e a escola que estudo desde pequenininha. Desapegar no último ano é bem difícil. Mas até amanhã as coisas podem mudar", explicou. A menina, que já foi vista em eventos da Record TV ao lado da mãe, entende o peso do momento — mas não quer deixar sua vida para trás.Manuella, por outro lado, ainda é pequena demais para entender o que é um jornal nacional. Mas já sabe que o pai vai estar longe. "Vai ser diferente?", perguntou Ticiane em um vídeo. A filha respondeu com um sorriso largo: "Vai!". A mãe sorriu, mas o silêncio que se seguiu falou mais que qualquer palavra.
Uma nova era, um novo equilíbrio
A decisão de manter a residência da família em São Paulo — enquanto César Tralli se instala no Rio — é um sinal de que a mudança não será imediata nem total. O modelo de "fim de semana em casa" é uma tentativa de preservar o que ainda é possível. Mas isso também revela algo mais profundo: mesmo em uma era de teletrabalho e conexões digitais, o jornalismo de TV ainda exige presença física, horários rígidos e um tipo de lealdade territorial que poucos entendem.William Bonner, que passará a apresentar o Globo Repórter a partir de 2026, não se despediu com pompa. Ficou quieto. Apenas sorriu quando César Tralli chegou ao microfone. Foi um gesto de respeito. Um gesto de quem sabe que, depois de 29 anos, é hora de ceder o palco.
Ticiane Pinheiro, que continua trabalhando na Record TV, não vai deixar São Paulo — pelo menos não agora. Mas sua vida, agora, é dividida. Entre dois estados, dois horários, dois corações. Ela não fala em sacrifício. Fala em escolha. E em amor.
Frequently Asked Questions
Por que a mudança de César Tralli para o Rio é tão significativa?
Porque o Jornal Nacional é o programa de maior audiência e influência da TV brasileira, com 35 milhões de espectadores por noite. Anunciar o jornal é um marco na carreira de qualquer jornalista. William Bonner ocupou o cargo por 29 anos — e agora César Tralli, que nunca havia apresentado o jornal em rede nacional, assume o posto em uma transição histórica. É como se um jogador de futebol substituísse Pelé na seleção brasileira.
Como a família está lidando com a separação geográfica?
Ticiane Pinheiro e as filhas permanecem em São Paulo, enquanto César Tralli se instala no Rio. Eles vão se ver apenas aos finais de semana, o que representa uma mudança drástica na rotina familiar. A filha mais nova, Manuella, ainda não entende plenamente a situação, mas a filha mais velha, Rafaella, está resistindo à mudança por motivos acadêmicos e emocionais — ela quer terminar o ensino médio com os amigos e a escola que conhece desde os 6 anos.
Qual é o papel de Renata Vasconcellos nessa nova equipe?
Renata Vasconcellos, apresentadora veterana da Globo desde os anos 1990, permanece como co-apresentadora do Jornal Nacional. Ela já havia dividido a bancada com Bonner em momentos de licença, e agora será a parceira fixa de César Tralli. Sua experiência e autoridade ajudam a suavizar a transição, trazendo estabilidade e credibilidade para um novo apresentador ainda em fase de adaptação.
O que acontecerá com William Bonner agora?
Após 29 anos no Jornal Nacional, Bonner passará a apresentar o Globo Repórter, programa de reportagens especiais da Globo, a partir de 2026. Essa mudança permite que ele mantenha sua voz no jornalismo de profundidade, sem a pressão diária da bancada. É uma transição elegante, que reconhece sua trajetória sem apagar seu nome da tela.
Por que Ticiane Pinheiro fez questão de documentar tudo nas redes sociais?
Ela não está buscando atenção — está tentando manter a família unida, mesmo à distância. As fotos, os vídeos e os posts não são apenas conteúdo. São memórias. Um modo de dizer: "Isso é real. Isso é nosso. E nós estamos passando por isso juntos." No mundo das celebridades, onde tudo é encenado, sua honestidade emocional chamou atenção — e respeito.
Essa mudança afetará a audiência do Jornal Nacional?
É inevitável que haja uma adaptação. William Bonner tem uma identidade quase mítica entre os telespectadores. Mas César Tralli já é conhecido por sua seriedade, clareza e empatia — qualidades que a Globo valoriza. A audiência pode oscilar nos primeiros dias, mas o programa tem estrutura sólida. O verdadeiro teste será se Tralli conseguir manter a confiança do público, sem tentar copiar Bonner — e sim ser ele mesmo.