Briga virou roteiro: por que essas tretas ainda pautam o jogo
Todo reality vive de conflito, mas A Fazenda levou isso a outro nível. Foram brigas que criaram bordões, dividiram torcidas e até mudaram regra. E agora, com A Fazenda 17 chamando os holofotes, vale lembrar as cinco tretas que explicam por que o programa segue rendendo assunto fora da tela.
Nessas histórias, a dinâmica é quase sempre a mesma: tensão no confinamento, provação em prova, explosão no ao vivo e um dia seguinte fervendo nas redes. Só que cada uma delas deixou um rastro diferente — de mudanças de postura da produção a novos jeitos de jogar lá dentro.

As 5 tretas que ficaram na memória
2009 — Theo Becker, o caos inaugural (Fazenda 1)
O reality estreou já com um personagem que virou sinônimo de treta. Theo Becker protagonizou discussões intensas com Dado Dolabella e Miro Moreira, alternando explosões, ameaças e um clima de instabilidade que pautou a temporada. O programa entendeu ali que conflito dava audiência — e o público descobriu que a Fazenda teria um tom bem mais imprevisível do que outros realities da época.
2012 — Nicole Bahls x Viviane Araújo, a rivalidade que dividiu o país (Fazenda 5)
Foi a treta que movimentou votações semana após semana. Nicole e Viviane levaram suas diferenças para cada formação de roça, com farpas diretas e jogo de influência na sede. A disputa polarizou torcidas e fez da temporada um fenômeno. Viviane saiu campeã, e essa rivalidade consolidou a força do protagonismo feminino em A Fazenda — e a ideia de que carisma e conflito sustentam narrativas longas.
2013 — Andressa Urach x Denise Rocha, o reality em ponto de ebulição (Fazenda 6)
O embate foi pesado: provocações, xingamentos, água jogada e punições. Denise virou alvo recorrente e, ao mesmo tempo, ganhou defesa da audiência, que abraçou a “perseguida”. Urach, por sua vez, assumiu a persona de vilã sem medo de câmera. O nível de hostilidade reacendeu debates sobre limite no confinamento e como o público reage quando percebe desequilíbrio de forças entre grupos.
2018 — Nadja Pessoa expulsa após agressão (Fazenda 10)
Depois de uma sequência de provocações e atritos com Caique Aguiar, Nadja chutou o peão e foi expulsa. O episódio dividiu opiniões: uns viram gatilhos e pressão emocional; outros, intolerância a qualquer toque físico. O recado que ficou para as temporadas seguintes foi claro: a régua para agressão passou a ser mais rígida, e os participantes entenderam que perder a cabeça tem custo alto.
2021 — Nego do Borel e a expulsão que virou caso de polícia (Fazenda 13)
Após uma festa, a conduta do cantor com Dayane Mello levou a produção a intervir e expulsá-lo do programa. A repercussão ultrapassou o entretenimento, com investigação policial e pressão pública por respostas rápidas. O efeito cascata foi imediato: protocolos de cuidado e monitoramento ficaram mais visíveis, e a Fazenda passou a agir de forma mais assertiva em situações de risco.
Essas cinco tretas mostram como A Fazenda opera no limite entre jogo e convivência real. Cada temporada herda lições da anterior: jogadores calculam melhor o que dizer, produtores reagem mais rápido e o público fiscaliza em tempo real. É por isso que, ao assistir à 17ª edição, dá para reconhecer ecos de velhas rivalidades em novos embates — e entender por que o reality ainda domina as conversas nas redes.