Descontos não autorizados afetam aposentados do INSS: saiba como pedir exclusão e reaver valores

Descontos suspeitos somam bilhões e geram revolta entre aposentados do INSS

Muita gente descobre, só depois de meses, que tem desconto sendo feito todo mês no benefício do INSS — sem ao menos saber de onde veio ou para onde vai o dinheiro. Agora, um escândalo trazendo à tona um rombo de nada menos que R$6,3 bilhões reacende o alerta: associações vêm fazendo descontos não autorizados direto dos pagamentos de aposentados e pensionistas. Isso foi revelado após uma operação de combate a fraudes, onde milhares de idosos foram vítimas de cobranças indevidas por supostas associações de classe e entidades de aposentados.

Pensa comigo: uma aposentadoria, geralmente já apertada, passa a render menos porque está sendo esvaziada em nome de serviços, clubes e seguros que o beneficiário jamais pediu para aderir. No meio desse caldeirão de denúncias, o próprio INSS se posicionou, orientando os aposentados a checarem cuidadosamente seus extratos e a agirem rápido diante de qualquer desconto estranho.

Como identificar e solicitar a exclusão dos descontos não autorizados

Se o dinheiro sumiu, a primeira recomendação é simples – mas nem todo mundo faz: consultar o extrato detalhado no Meu INSS ou no banco onde recebe o benefício. Descontos de associações costumam aparecer com siglas pouco esclarecedoras, e muitas vezes nem informam claramente do que se trata. Achou algo suspeito? É hora de agir.

Para tirar o desconto de vez, é preciso pedir oficialmente, tanto pelo telefone 135 do INSS quanto pelo site ou pelo aplicativo “Meu INSS”. O pedido pode ser feito pelo próprio beneficiário, que deve informar qual taxa ou associação quer cancelar. O órgão orienta ainda guardar todos os registros e, caso tenha dificuldade, pode buscar atendimento presencial em uma agência física.

• Verifique mês a mês os valores descontados
• Anote qualquer desconto que você não reconheça
• Solicite a exclusão imediatamente via canais oficiais

Importante: continuar com os descontos indevidos pode significar prejuízo permanente, já que muitos beneficiários só percebem o problema após anos, o que dificulta até o ressarcimento.

Para casos em que haja resistência da associação em cancelar o desconto, ou quando não houver resposta do INSS, buscar o Procon ou até mesmo entrar com ação judicial é direito do consumidor. O Ministério Público também orienta os prejudicados a formalizar a denúncia, já que fraudes desse tipo podem ser caracterizadas como crime.

No meio dessa avalanche de problemas, existe a recomendação de não filiar-se a associações sem saber exatamente os serviços ofertados e, obviamente, não fornecer dados pessoais por telefone ou mensagens – prática comum usada pelos golpistas. O problema cresce e, infelizmente, são justamente os mais vulneráveis – como idosos e pessoas com baixa escolaridade – que acabam atingidos.

Manter o olho no extrato e desconfiar de qualquer desconto que não tenha sido solicitado faz toda a diferença para proteger o seu dinheiro. O assunto ganhou força nos últimos meses, mas a prática existe há anos e mobiliza entidades que lutam pelos direitos dos aposentados. É questão de estar atento, agir rápido e nunca aceitar cobranças misteriosas como se fossem parte da rotina de descontos obrigatórios.