Imagine o clássico duo Guardiola‑Busquets revivendo a química que dominou a Europa há mais de uma década, mas agora no Etihad Stadium. Foi exatamente esse cenário que o técnico do Manchester City tentou criar quando a lesão de Rodri virou manchete no início da temporada da Premier League.
Um pedido direto do técnico
Segundo fontes próximas ao clube, Pep Guardiola fez um contato pessoal com Sergio Busquets logo após o diagnóstico de ruptura do ligamento cruzado anterior de Rodri. O capitão espanhol, então já com 36 anos e atuando no Inter Miami ao lado de Lionel Messi e Jordi Alba, recebeu um convite para ajudar o City a superar a lacuna defensiva e de ritmo que o português deixou.
Guardiola, que já trabalhou com Busquets durante a era dourada do Barcelona, enxergava no meia catalão um reforço imediato. A inteligência tática do veterano, sua capacidade de manter a posse e organizar a transição entre defesa e ataque eram exatamente o que o City precisava para preservar o estilo de jogo que os levou a quatro títulos consecutivos.
Inicialmente, Busquets mostrou-se aberto à proposta. Em conversas informais, ele admitiu que a ideia de voltar ao futebol europeu era tentadora, ainda mais ao lado de um treinador com quem já venceu tudo. Contudo, após refletir sobre a situação pessoal e profissional, decidiu permanecer em Miami, onde se sente parte de um projeto ambicioso que inclui ainda a construção da identidade da nova franquia da MLS.

O vácuo deixado por Rodri e as tentativas de reposição
Rodri, que chegou ao City como um dos pilares do meio‑campo, sofreu a lesão logo nas primeiras rodadas da campanha. Desde então, o Time das Águias tem oscilações de desempenho preocupantes: um jogo fora de casa sem ritmo, outro marcado por erros individuais que custam pontos vitais.
Mateo Kovačic, que chegou na janela de inverno, foi colocado para cobrir o espaço, mas o croata não conseguiu reproduzir a presença física e a organização que Rodri oferecia. Outras nomes, como Bruno Guimarães e Martin Zubimendi, foram vinculados ao clube, mas as negociações não avançaram, seja por questões contratuais ou por falta de acordo financeiro.
A diretoria, por sua vez, buscou reforçar outros setores. Contratações como Abdukodir Khusanov, Vitor Reis e Omar Marmoush foram fechadas, mas nenhuma delas resolveu o problema central no meio‑campo. O técnico ainda indica que o mercado está aberto, mas as opções são limitadas e o tempo continua contra o Manchester City.
Enquanto isso, o Inter Miami tem tirado proveito da permanência de Busquets. O espanhol, mesmo fora da melhor fase física, mantém a tranquilidade de passe que ajuda a controlar o ritmo dos jogos da MLS. Sua experiência também serve como mentor para jogadores mais jovens, reforçando a estratégia do clube de construir um estilo de jogo posicionalmente sólido.
A decisão de Busquets de ficar em Miami evidencia uma mudança de prioridades entre jogadores veteranos. Ao contrário de buscar mais um troféu europeu, ele prefere estabilidade, qualidade de vida e a chance de deixar um legado em um mercado ainda em desenvolvimento.
Para o Manchester City, a recusa do ex‑capitão do Barcelona significa que a busca por um substituto de curto prazo ainda está em curso. O clube pode tentar reforçar o meio‑campo novamente na janela de verão, possivelmente mirando jogadores com perfil mais físico ou adaptando seu esquema tático para compensar a ausência de um pivô defensivo clássico.
O que fica claro é que a lesão de Rodri virou ponto de inflexão na temporada atual. A equipe, que ainda ocupa o quarto lugar da tabela, tem que lidar com a pressão de manter o ritmo de título enquanto ajusta sua formação. A história ainda está sendo escrita, e o próximo capítulo pode envolver novas contratações, mudanças de estratégia ou até mesmo um retorno inesperado de algum veterano disposto a aceitar o desafio europeu.