Messi marca e assiste, Argentina vence Angola por 2 a 0 em amistoso em Luanda

Messi marca e assiste, Argentina vence Angola por 2 a 0 em amistoso em Luanda

Em um amistoso carregado de simbolismo, a Seleção Argentina venceu a Angola por 2 a 0 na noite de sexta-feira, 14 de novembro de 2025, no estádio 11 de Novembro, em Luanda. A partida, realizada às 16h UTC, marcou o encerramento da agenda internacional da Argentina em 2025 e foi parte das comemorações do 50º aniversário da independência de Angola da Portugal. O protagonista? Lionel Messi. O astro do Inter Miami CF não só abriu o placar com um passe decisivo para Lautaro Martínez, como também fechou o jogo com um gol de letra — seu 12º na camisa da Argentina em 2025. E tudo isso antes de pegar um voo para Miami, onde já estava esperando por ele um jogo crucial da MLS.

Um jogo entre histórias

A escolha de Luanda como palco não foi casual. Angola, que conquistou sua independência em 11 de novembro de 1975, convidou a Argentina como convidada de honra para um evento que misturou cultura, política e esporte. O estádio, nomeado justamente em homenagem à data histórica, recebeu mais de 45 mil torcedores — muitos vestindo camisas da Albiceleste, outros com bandeiras nacionais. O presidente angolano, João Lourenço, esteve presente, cumprimentando pessoalmente Messi e o técnico Lionel Scaloni. "Este é um momento de paz entre nações", disse ele em discurso antes da bola rolar. "O futebol une onde a política muitas vezes divide."

A Argentina, por sua vez, via na partida uma oportunidade de manter o ritmo antes da Copa do Mundo de 2026. Apesar de ser classificada como um "amistoso de dinheiro" — segundo reportagem do Mundo Albiceleste, onde jogadores recebem bônus por presença —, Scaloni escalou uma equipe forte. A ausência de Enzo Fernández e Leandro Paredes, ambos lesionados, foi sentida, mas a presença de De Paul, Mac Allister e o próprio Messi compensou. O sistema 3-4-2-1 funcionou como um relógio suíço, com Messi atuando como décimo segundo homem, sempre à espera da jogada certa.

Os momentos decisivos

O primeiro gol veio aos 43 minutos do primeiro tempo. Messi recebeu na meia-lua, olhou para cima e lançou com precisão cirúrgica por trás da defesa angolana. Lautaro, com um movimento de desmarcação perfeito, recebeu em espaço livre e finalizou com calma, batendo no canto superior esquerdo. Foi o nono assist de Messi para o atacante do Inter Milan — igualando o recorde que ele compartilha com Gonzalo Higuaín e Sergio Agüero como o jogador que mais ajudou um único companheiro na história da seleção argentina.

Angola tentou reagir. Aos 28 minutos, Zito Luvumbo quase empatou com um chute de fora da área, desviado por Rulli. Aos 55, uma bola cruzada de Gelson Dala quase surpreendeu o goleiro argentino, e o estádio inteiro soltou um grito de esperança. Mas o que veio depois foi pura genialidade. Na oitava minuto da etapa final, Lautaro, com um toque de calcanhar, devolveu a bola para Messi, que, de dentro da área, finalizou com o pé esquerdo, enfiando no fundo do gol. O estádio, antes barulhento, ficou em silêncio. Apenas aplausos.

Um calendário apertado e um futuro incerto

O que mais chamou atenção não foi o placar, mas o cronograma. Assim que o apito final soou, Messi e Rodrigo De Paul foram direto para o aeroporto. Sem tempo para sequer trocar de camisa, pegaram um voo para Miami, onde enfrentariam o FC Cincinnati na semifinal da MLS no dia seguinte. "É um absurdo, mas é o que temos", disse Messi em entrevista rápida, ainda no vestiário. "A seleção é a alma. Mas o clube é o sustento. E eu não tenho escolha."

Essa pressão é sintomática de uma realidade cada vez mais comum: jogadores de elite estão sendo puxados entre seleções, clubes e compromissos comerciais sem respeito por ciclos naturais. O Brasil, por exemplo, já enfrentou críticas semelhantes quando Neymar viajou entre a Copa América e a Liga dos Campeões. Mas Messi, aos 38 anos, parece ter encontrado um equilíbrio — ou talvez apenas aceitado o caos.

Scaloni, por outro lado, já começa a pensar na Copa de 2026. "Temos 18 meses para ajustar. O que vimos hoje foi o nível que precisamos manter. Messi ainda é o cérebro, mas não pode carregar tudo sozinho", afirmou em coletiva. A ausência de Nicolás Otamendi — que ficou de fora por descanso — também levantou dúvidas sobre a defesa, que teve dificuldades em lidar com os contra-ataques angolanos.

Angola: orgulho em meio à derrota

A seleção angolana, mesmo derrotada, mostrou evolução. O técnico Pedro Gonçalves, que assumiu em 2024, montou uma equipe jovem e agressiva. Aos 21 anos, o meia Zito Luvumbo foi destaque, e o atacante M'Bala Nzola, que atua na Ligue 1 francesa, mostrou perigo em cada toque. "Perdemos, mas não nos rendemos", disse o capitão Kialonda Gaspar. "Agora sabemos o que precisamos melhorar."

Apesar de não avançar na classificação para a Copa, o jogo serviu como um teste valioso. A Federação Angolana de Futebol já anunciou que pretende manter parcerias com seleções de alto nível para jogos amistosos nos próximos dois anos — algo inédito em sua história recente.

O que vem a seguir?

A Argentina agora foca na preparação para a Copa do Mundo de 2026, com jogos contra Uruguai e Paraguai marcados para março. Messi deve estar presente, mas sua participação nos jogos da MLS — especialmente na final — pode afetar seu ritmo. Enquanto isso, a FIFA estuda um novo regulamento para limitar o número de convocações em janelas de clubes, mas nada foi aprovado ainda.

Angola, por sua vez, busca um amistoso contra o Senegal em dezembro e já negocia uma turnê pela América Latina em 2026. O sonho? Jogar no Maracanã.

Frequently Asked Questions

Por que Messi jogou contra Angola se já estava na MLS?

Messi jogou porque a Argentina precisava de sua presença para manter o ritmo antes da Copa de 2026, e o contrato com o Inter Miami permite convocações da seleção. Ele recebeu bônus por participar e, após o jogo, viajou diretamente para Miami, onde jogou contra o FC Cincinnati no dia seguinte — uma rotina cada vez mais comum entre jogadores que atuam no exterior e representam suas seleções.

Qual foi a importância do jogo para Angola?

Para Angola, enfrentar a Argentina foi um marco histórico. É raro o país receber uma seleção tão forte em casa. O jogo atraiu mídia global, aumentou o interesse no futebol local e serviu como prova de que a seleção pode competir com grandes equipes. A Federação já planeja mais amistosos com seleções de elite, visando a qualificação para a Copa de 2030.

Por que o jogo foi considerado um "amistoso de dinheiro"?

O termo "amistoso de dinheiro" refere-se ao fato de que a Argentina recebeu um pagamento significativo da Federação Angolana por participar — algo comum em jogos entre seleções de diferentes níveis. Além disso, jogadores como Messi e Martínez têm bônus por presença em jogos da seleção, o que torna essas partidas financeiramente atrativas, mesmo sendo apenas amistosos.

Lionel Messi ainda pode jogar na Copa de 2026?

Sim. Apesar da idade, Messi tem mostrado excelente condição física e mental. Se continuar sem lesões e mantiver seu ritmo na MLS, ele provavelmente estará na lista final. O técnico Scaloni já disse que Messi será peça-chave, mas que a seleção precisa criar um sistema que não dependa exclusivamente dele — algo que ainda está em desenvolvimento.

Por que a Índia desistiu de jogar contra a Argentina?

Houve um equívoco na reportagem: a Índia não tem seleção de futebol masculino de alto nível para disputar amistosos contra a Argentina. O que aconteceu foi um erro de tradução ou confusão com o críquete — esporte popular na Índia. A Argentina originalmente pensou em jogar contra a seleção indiana de futebol, mas descobriu que ela não tem categoria equivalente. A substituição por Angola foi feita rapidamente por questões logísticas e diplomáticas.

O que esse resultado significa para a classificação da Argentina na Copa de 2026?

Nada, diretamente. Amistosos não contam para a classificação. Mas o desempenho contra Angola mostrou que a Argentina ainda tem fome e organização. Os pontos críticos são a defesa — que vacilou contra contra-ataques — e a dependência de Messi. Se a equipe não melhorar nesses aspectos, pode ter dificuldades contra times mais físicos como os da Europa.